Descanse em paz, Amy!

Acho desnecessário falar que o mundo perdeu uma grande cantora. Isso todo mundo já sabe, é claro. Mas quando vi que a notícia da morte de Amy Winehouse é pontuada somente pelas suas confusões, uso de drogas e rehab, me senti na obrigação de falar um pouco sobre o assunto aqui.

Porque me entristece ver uma pessoa sendo lembrada apenas pelos seus pontos fracos. Assim como me entristecia toda vez que as pessoas vibravam quando ela tropeçava no palco ou errava a letra da música, no show que ela fez aqui no Rio de Janeiro.

Não sei se vocês são assim, mas eu gosto de lembrar das pessoas através do que elas têm de melhor. E no caso de Amy, pelo seu talento vocal. Lembro-me de quando a ouvi pela primeira vez, de como fiquei impressionada pela sua voz potente, meio rouca, de contralto, que lembrava muito a voz daquelas cantoras negras de jazz e soul. E depois, mais ainda, ao descobrir que aquela voz de diva saía de uma menina nova, inglesa, meio tímida, com cabelo beehive e olho "de gatinho".

Amy lançou 2 discos, Frank e Back to black. Este último vendeu 10 milhões de cópias no mundo inteiro e a colocou como líder do movimento da nova soul music, e responsável pela reabilitação da voz na música pop. Eu a considero uma das melhores e mais influentes cantoras da década de 2000, e seu rastro vem sendo seguido por outras (ótimas) cantoras, como Adele e Janelle Monae.

Espero que Amy seja lembrada como uma jovem que, apesar das drogas e turbulências, mostrou sua genialidade e deixou um legado artístico pequeno, porém de grande representatividade.

E desejo, do fundo do coração, que ela descanse e encontre - finalmente - a paz que ela não conseguiu aqui.