segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Now Playing: Chico Buarque

O novo cd do Chico Buarque - Chico - é a minha mais nova mania. Digo mania, porque não há um dia sequer que eu não me pegue cantarolando alguma música do cd, e quando estou em casa é ele que está tocando.
Coincidentemente, há poucos dias, li uma crônica no site da revista Época que tinha como título "Enterraram o Chico Buarque?". O título pode parecer estranho, mas após ler a crônica ele faz sentido. Nela, o jornalista Luis Antonio Giron - crítico assumido de Chico Buarque - fala do mais novo álbum do cantor e compositor, ou melhor, da indiferença em torno do novo trabalho do artista. Não há uma música tocando nas rádios; não há comentários nas redes sociais e muito menos críticas nos jornais e revistas do país. Isso é grave.
Digo isso porque o álbum, na minha modesta opinião, é um dos melhores que já ouvi. São 10 músicas (todas de autoria de Chico), que nos levam a um agradável passeio por ritmos diversos: Querido diário, o abre-alas do cd, é uma toada sertaneja; Rubato é tipo uma marcha; Essa pequena, onde claramente Chico se refere à sua atual namorada, é uma canção suave e gostosa; Tipo um baião começa lenta e depois vira um baião; Se eu soubesse é outra canção suave, onde Chico divide os vocais com sua namorada, a ótima Thaís Gulin (uma das minhas preferidas); Sem você 2 é uma balada em homenagem a Tom Jobim; Sou eu é um samba feito em parceria com o maravilhoso Ivan Lins; Nina é uma valsinha; Barafunda outro ótimo samba, e por último, Sinhá, uma afro-samba em parceria com João Bosco.

Um trabalho maduro de um dos melhores e maiores compositores (ainda vivo) do Brasil. É uma pena que seja apreciado por uma minoria. Esse fato me preocupa e, lendo o texto do Giron, vejo que compartilhamos da mesma angústia. Abaixo, o trecho onde o jornalista expõe sua preocupação:
Finalizo este post, agradecendo Chico Buarque pelo presente que ele nos deu, e desejando a todos que abram seus ouvidos - e seus corações - para as músicas deste maravilhoso álbum do cantor.
(...)"Com isso, desejo apenas ser verdadeiro e fazer jus à beleza quando ela relampeja, algo cada vez mais raro na música brasileira. O novo (e temo que último) disco de Chico Buarque me fez perceber um fenômeno curioso: o da aparição de canções bonitas que não logram se fazer ouvir ou se fazer cantar por quase ninguém. Quando meio cultural de um país vira as costas para seus talentos maiores, algo de grave está em curso. Vivemos provavelmente uma extrema e inédita miséria cultural. Combatê-la não é tarefa de nenhum governo. É de todos, a partir da vergonha que cada um de nós sente por ter perdido a capacidade de se emocionar com a arte superior."

Um comentário:

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