quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SlutWalk - pela liberdade das mulheres

Foi através de uma reportagem da revista TPM que eu conheci a SlutWalk, ou Marcha das Vadias. A reportagem falava sobre o que acontece quando os homens pensam que a roupa da mulher é um convite. Taí um assunto que eu nunca tinha parado para pensar.
Porque nós já debatemos aqui para quem as mulheres se vestem, e chegamos à conclusão que a maioria das mulheres não se veste com o intuito de agradar aos homens. Então, porque cargas d'água eles acham que quando uma mulher coloca uma mini saia ou um decote, é um convite para eles? Mais ainda: o que leva os homens a pensar que eles têm o direito de insultar, assediar e até abusar das mulheres por causa da roupa que elas estão usando?
Fiquei chocada ao ler na reportagem, que uma jovem brasileira foi agredida por um homem no metrô de Paris após ele ter enfiado a mão por dentro de sua saia e ela ter reagido empurrando-o. Será que teremos que andar de burca? É claro que não! O que tem que acontecer é o fim do machismo - tanto por parte dos homens como por parte das mulheres.
Afinal, quantas vezes você não julgou uma outra mulher pela roupa que ela estava vestida? Quantas vezes não associamos roupas curtas, justas e decotadas ao piriguetismo? E quantas vezes vítimas de abuso sexual foram culpadas pelo ocorrido, pelas roupas que estavam usando?
Aliás, foi por causa de uma declaração infeliz de um policial numa universidade de Toronto/Canadá seguindo essa linha de raciocínio, que surgiu o SlutWalk. Ele afirmou que as estudantes deveriam evitar “se vestir como vagabundas” se não quisessem se tornar alvo de estupros. Em reação à essa declaração, um grupo de feministas criou o movimento. Através da reapropriação do insulto “slut” (vadia, vagabunda), a Slut Walk quer remover o estigma que acompanha o termo.
Atualmente, o movimento existe em diversos países, inclusive no Brasil (a marcha das vadias foi realizada em São Paulo, no ano passado) e o objetivo da marcha é combater o sexismo e o machismo que pune vítimas de crimes sexuais. O objetivo das idelizadoras Sonya Barnett e Heather Jarvis é estimular a conscientização e o diálogo, principalmente dentro das casas, entre pais e filhos, visto que filho e filha, embora criados sob o mesmo teto, tem distintas formas de educação. E, como todos sabem, educação é a base de tudo, né?!

Nós do SLMC apoiamos esse movimento, e você?

2 comentários:

  1. Eu apoio tb!!!! Onde já se viu julgar uma pessoa, uma mulher pela aparência, pelo que está vestindo??? Sempre que converso com alguém sobre piriguetismo, por exemplo, afirmo que esse tipo de rótulo é bem mais da atitude da mulher do que da roupa que ela veste! Uma mulher pode usar uma saia curta ou um tubinho (desses da moda) e NÃO ser piriguete! Tudo depende da atitude! E os homens (e algumas mulheres) precisam entender isso e RESPEITAR! Ninguém merece ser abusado, nem moral nem sexualmente!

    Ótimo post Thaisa!

    um beijo,
    Nica

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  2. Ótimo texto! Mas, peço a licensa para um esclarecimento pertinente: as idealizadoras não são feministas, e pedem no site que essa marcha não seja vista como tal. Embora isso possa soar um tanto confuso a princípio, por ser criado por mulheres, e para mulheres, a explicação é até simples: o feminismo deve ser concluído como tal a partir de estudos à respeito, daí então alguém pode se considerar feminista, ou não. No caso delas, esse ineteresse não existe. Foi apenas um desabafo feminino relativo à roupas, ou à moral opressiva social. E, isso abrange desde a empregada doméstica, sem qualquer pretensão intelectual, até a executiva letrada, articulada e feminista por ideal.
    Aqui no Brasil, eu fui uma das represantes do Slut Walk em SP, e tentei ser o mais fiel possível à ideia original. O que me custou muita imcompreensão por parte de grupos feministas, pessoas que estudam o assunto, e sabem a importância do mesmo. Isso, porém, não diminiu a intolerância contra quem não se declarou partidária do movimento. O que é uma pena, isso afastou de nós o desejo de uma parceria nesse ano, pois tememos as desavenças desnecessárias quando TODAS nós deveríamos marchar unidas. Mas, a Marcha das Vadias 2012 acontecerá em SP outra vez no dia 03/06 - nos vemos lá!

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